Pianko diz que denúncias têm cunho político

Desde o ínicio dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito um dos depoimentos mais aguardados era o do assessor de Povos Indígenas, Francisco Pianko, que ocorre desde o final da tarde desta quarta-feira, 10, no auditório da Assembleia Legislativa, com a presença de diversos parlamentares, assessores e lideranças indígenas.

No ano passado Pianko havia sido acusado de negociar e abusar sexualmente de crianças indígenas, usando sua posição como assessor governamental para isso. Desde então, a presença de Pianko vinha sendo cobrada para responder às denúncias no Parlamento. De acordo com o presidente da CPI, deputado José Luís Tchê (PDT) o depoimento está ocorrendo no momento certo, pois, era necessário coletar dados e ouvir outras testemunhas antes de inquirir o assessor.

Pianko chegou à sede da Assembleia por volta de 16h30. Sereno, ele disse que não temer as denúncias e acredita que a Justiça irá provar sua inocência. Ainda, segundo ele, as denúncias foram feitas por um grupo que se opõe ao trabalho que ele tem desenvolvido com as comunidades indígenas desde que assumiu um cargo no Governo.

“Quando assumi a Secretaria de Povos Indígenas, o movimento indígena passava por um momento difícil, pois a Funasa estava encerrando um convênio por problemas nas prestações de contas. O Governo ainda tentou reestruturar o movimento com a criação de uma nova entidade, mas que em seis meses também passou a ter problemas para prestar contas, por isso cortamos relações, o que desagradou um grupo pequeno”.

Francisco Pianko disse ainda que está disposto a ficar frente a frente com as pessoas que o denunciaram para que seja feita uma acareação. “Quando olho as pessoas que falam a meu respeito vejo elas se apresentando como grandes lideranças indígenas, mas eu tenho o currículo deles e sei qual a situação real”.

Ele lamentou ainda que na época do surgimento das denúncias ele começou a ser condenado antes mesmo de haver uma investigação. “Minha família sempre lutou para fazer as coisas certas e só estou encarando isso hoje porque saí de minha comunidade para executar um projeto e tive firmeza para realizá-lo sem me importar em agradar os outros”.

Yuri Marcel

Agência Aleac